terça-feira, 1 de março de 2011

Lucas Abdallah

Nome: Lucas Abdallah 
Idade: 21 Anos
Estado Civil: Solteiro
Cidade Natal: Goiânia-GO
Cidade Atual: Goiânia-GO
Estilo: Deep House / Tech House
Residente: Atualmente Independente


Simpatia, gentileza, profissionalismo e diversão é o que não falta na noite onde Lucas Abdallah toca, sempre em busca de aperfeiçoamento esse jovem Dj nos conta um pouco de sua vida, vamos conhecê-lo...



1. Como foi seu envolvimento com a música eletrônica?
Eu comecei muito novo. Meus tios eram proprietários de uma casa noturna no interior do estado de Goiás.. Começou em 88 creio eu. Desde que nasci tenho contato com a música eletrônica e aquilo sempre me interessou. Desde moleque mesmo. Aí fui crescendo a aprendendo a tocar. Sempre gostei muito de fazer as pessoas dançarem. Ver uma pista lotada e cheia de vibe era um sonho de consumo. Corri atrás até ver a coisa dar certo.


2. Quais suas influências?
Eu gosto bastante do som do Gorge, Jimpster, Alex Niggemann, François Dubois e Phonique... isso são alguns que gosto e sei de cabeça. Me agrada bastante dentro do deep house. No tech house eu sempre vou atrás do Sergio Fernandez, Mihai Popoviciu, Markus Homm e Audiofly. Isso tudo produtores, agora, falando em mercado nacional e em termos de dj set, eu gosto bastante do som da Aninha, residente da Warung de Itajaí, que tem uma pegada sensacional no tech house e deep house, deep tech e tudo mais. O som do Alex Justino, amigo meu, daqui de Goiânia inclusive e excelente produtor também é bastante interessante, e agrega deep house e house, com uma energia bem diferente, faz um warm-up fabuloso. Outro dj set que eu acho irado e me inspiro bastante é também da minha amiga Marie Bouret do Rio De Janeiro. Já bem mais pesadinho, o som dela tá bem enquadrado no tech house e no techno, dub Techno bem digno de warm-up pra atroções de bpm mais acelerado. E por falar em techno e também progressive house, já conferi excelentes dj sets que me deixaram bem perplexo e que sempre me inspiram em termos de técnica, modo como a pista é conduzida e repertório, que são D-Nox, meu outro amigo Naccarati, também monta um dj set de progressive house de altissimo nível, Martin Eyerer no tech house e techno, Martin Dawson (King Roc) no tech e deep, Carlo Dall'Anese na época do Sirena era muuuuito bom, aqui no Club Fiction ele conseguia fazer a balada ficar sold out mandando um som bem pesado, quase techno, o som do Renato Ratier, bem pra frente de todos, tem uma pegada incrível, musicas que só vão chegar no mercado em pelo menos 6 meses já estão na mão dele. São inúmeros os djs e produtores... tento abstrair o que cada um dos que conheço e vejo tocando tem a oferecer de melhor e que possam acrescentar no meu crescimento profissional.

3. Você costuma viajar muito, já teve oportunidade de tocar fora?
Então.. as pouquíssimas vezes que viajei não eram bem em GIGs, eram eventos de amigos fora do estado e me convidaram pra fazer alguma coisa. Mas esse ano já estou fechando uma data em São Luís - MA , e uma no Mato Grosso. Um club e uma festa respectivamente. A tedência é aumentar, mas vou pegando leve, ainda faço faculdade, não da pra largar um ou outro assim...



4. Porque essa vertente, o que te atrai nela?
Então... eu quando comecei a tocar era acid techno... a diferença é absurda. Mas acredito na evolução e afinação do ouvindo. E hoje talvez me agrade um som mais limpo e mais bem trabalhado em sua melodia e instrumentos, como acontece no deep. Na prática, os produtores se preocupam mais em formar uma música que do resto das vertentes, onde cada vez mais, se fazem mais barulho e menos música. Efeitos carregados, synths pesados e kicks ásperos. Ainda gosto das linhas de grave extensas e de freqüências baixas e nítidas. É o que busco basicamente em tudo que escuto, e como isso tem se tornado rotina no deep, fiquemos no deep. Apesar de tudo, meus sets sempre tem tech house. E o tech house, que toco sempre casa muito bem com o deep, de forma a criar uma harmonia no set e criando uma lógica. Não acho bonito ver sets quebrarem uma linha, e por isso procuro fazer as coisas se conduzirem dessa forma nos meus sets. Tudo na medida, peso, leveza, vocais, instrumentos. Tudo dentro de um limite pra não deixar enjoativo, nem carregado de muita informação.



5. Você tem um blog (DeepColors), que no seu título carrega: Audio, tecnologia e talvez humor. O que você tem a nos falar da importância do áudio e tecnologia em meio a emusic, e como pesquisador nato o que há de novo no mercado? E em relação ao “talvez humor” o que você tem a falar sobre os “Djs Moisés” e as “Marias-Pickups”?
Eu criei o Deep Colors (nome que tomei emprestado de um projeto do DJ André Pulse), com o único objetivo de informar sob o meu ponto de vista os interessados pelo assunto, e naturalmente com o intuito de melhorar meu desempenho como dj e como produtor sempre fiquei ligado ao que a tecnologia pode oferecer nesse aspecto. Nesse caso, são novos modelos de monitores de referências, sistemas analógicos ou digitais de compressores, aparelhos de efeitos, interfaces de audio, controladores midi, e tudo mais. Tudo o que pode ser útil à arte do djing e da produção da música eletrônica eu tento entender um pouco mais e postar a respeito, inclusive para aqueles que não conheceram os equipamentos que cito/citei. Tudo quanto é tipo de tecnologia pode ser usado em favor da música, seja ela qual for, mas cabe a cada produtor decidir o que é o melhor para si. Com mídia digital, Serato, Traktor e Ableton na praça, eu ainda não me desvencilhei (e nem pretendo) dos bons e velhos CDs. Ou seja, na prática, cada um se adapta ao que acha mais cômodo. O mercado da música eletrônica é muito dinâmico. Todos os dias há pelo menos 150, 200 novas tracks a venda no Beatport. Isso é um volume muito grande, dada a qualidade e o que pode ser aproveitado nesse número. Gosto é individual, e cada um tem o seu. Mas hoje em dia, achar música de qualidade, bem trabalhada na melodia, arranjos, synths, instrumentos, percussão, grave, e efeitos tem sido cada vez mais difícil. A razão disso eu ainda não descobri. Talvez seja a facilidade em se produzir música eletrônica hoje em dia. Talvez sejam os próprios produtores. Isso é uma coisa complicada. E eu espero que melhore. Mas a cena tem contado cada vez mais com nomes novos no mercado. Gente que veio pra ficar e têm mostrado que merece ter algum tipo de reconhecimento. Quanto às marias-pickups... bom é deprimente. Eu sou muito chato em relação a essas coisas. E tento agir o mais profissionalmente possível. O dj em toda a história de sua existência, sempre foi uma figura pública. Responsável por gerar emoções, como já disse Anderson Noise. Eu acredito que por causa disso, somos alvos desses tipos de pessoas. A música tem o poder de gerar sensações, emoções e até despertar lembranças. Quando se é dj, você trabalha com essa essência das pessoas, e combinado à energia de uma festa, muita mulher olha pra nós com outros olhos. Eu sou solteiro, mas não gosto de gente em cima de mim na cabine. Por motivos profissionais, já que estou ali pra tocar e por motivos próprios meus. As pessoas precisam saber respeitar o espaço alheio. Mas, esse tipo de gente vai sempre existir. Seja com músicos, seja com atores, ou qualquer outra pessoa. Muita gente tem fantasias, mas algumas perdem a noção pra conseguir realizá-las. Os djs moisés são outra coisa complicada né... Na minha cabeça isso acontece com os inexperientes. Em todos os sentidos. A primeira coisa que um dj tem que saber é com que público ele vai lidar. Há lugares e lugares. Em outras palavras, tocar no D-Edge não é a mesma coisa de tocar na Pacha. Os dois clubs ficam na mesma cidade, com o mesmo potencial de público. Mas cada um tem a sua pegada. Cada público gosta de ouvir o som de maneira diferente. Warm-ups são algo muito difícil de se fazer. Muitos esquecem do próximo dj, ou nem se lembram de que o warm-up é preciso fazer as pessoas se mexerem. Eu adoro começar warm-ups a 115bpm, 118, o que é bem lento, mas se eu ficasse nessa mesma leva durante todo o tempo, eu ia deixar a pista fria, e ia complicar o trabalho do próximo dj. Um set precisa ser construído, e não cospido. O trabalho precisa ser minuciosamente planejado, com lógica, objetivo e feeling. Somente a pista pode dizer com precisão do que precisa. Há pistas e pistas. Ou seja, o dj que toca muito, adquire experiência e aprende a conduzir e perceber as necessidades da pista. Na prática, tem que saber onde tocar underground e onde tocar mais comercial. Mas há lugares onde realmente é mais difícil saber o que fazer. Que são onde a cultura regional é muito forte, como no nordeste do Brasil. Como na prática é uma região sem muita tradição de casas noturnas tradicionais ou refências na cena fica mais difícil. Mas há clubs que estão investindo bastante em line-ups bons, como é o caso do Chez Moi em São Luis. Que hoje tem levado alguns dos principais nomes da cena nacional. Djs moisés são coisas comuns. A maioria já fez isso pelo menos uma vez. Apesar de tudo, é cômico ver os caras que caíram de pára-quedas no mundo do djing... Todo lugar tem os que caem de para-quedas... música eletrônica é assim. Acontecer o efeito moisés uma vez é normal. Mas isso só vira problema se começar a ser frequente. Mas seja qual for os casos, inexperiência é o motivo!




6. Algum DJ em especial te ajudou?
Depende do que você definir por ajudar. Mas é óbvio que o networking tem que existir sempre. É necessário que haja uma comunicação e alguém que ajude a te colocar em alguns line-ups. O começo é difícil. Graças a Deus eu nunca precisei pedir. Tudo o que consegui foi fruto do próprio suor, onde pessoas ouviram, gostaram e convidaram pra fazer um outro evento. Tenho um amigo com um projeto novo de house + violino que como já conhece meu som, e gosta, me pediu pra ser o warm-upper dele nas festas. Já que warm-up bom é uma dádiva de poucos, faz bem ter seu próprio warm-upper, que você sabe que não vai errar, ou te entregar uma pista morta. E aí a coisa começou a virar. O fato dele ter me requisitado, fez com que abrisse os olhos de outras pessoas, que foram conferir o motivo do pedido, e ao ouvir, entenderam. O começo é difícil, mas pra dar certo tem que ter networking. Começa com festas aqui outras ali, e então tudo vai tomando forma e aumentando de volume e melhorando na qualidade. Fato que ninguém começa no topo. Pra ser bom tem que ralar. E ninguém fica bom sem trabalhar e correr atrás. Uns levam mais tempo, outros menos. Mas o resultado final só depende do tanto que se trabalha pra ser bom ou não. Então tecnicamente, sim, me ajudaram, mas na prática não. Impossível chegar na nata da música eletrônica sem se acertar com alguém. A panela é quente e pequena. Pra entrar lá tem que se mexer. E não tem jeito, só se toca em bons clubs e festas tendo um padrinho bom. Tem muito dj fazendo um trabalho excepcional e que nunca tocaram em nenhum club bom por falta de alguém pra "jogar lá dentro". Sem contar que ninguém vira nada ficando só no arroz com feijão. Essa receita todo mundo sabe fazer. Só vira quem tem um trabalho realmente diferenciado, tecnicamente e em termos de repertório e aquisição de material recente, bom e inédito.




7. No seu ponto de vista como você pode se destacar e inovar na emusic nacional?
Talvez... depende. É possível sim. O objetivo inicial é me destacar, inovar só dá pra fazer depois que se começa a produzir com mais decência. Tenho alguns projetos e idéias. Esse ano pretendo colocar em prática. Mas vamos dar um passo de cada vez. Primeiro um certo reconhecimento, depois inovações e tudo mais. Dar o passo maior que a perna pode ser fatal, ainda mais na cena eletrônica.


8. Então, como você falou anteriormente, quais são seus projetos?
Tenho dois amigos que já produzem juntos num dueto que se chama Dualogic. Eles seguem no tech house. Conversamos e a idéia é produzir na vertente do deep, variando ao techno mais melódico. Mas ainda estamos vendo como dá pra fazer, em termos de gostos, e de como vamos fazer. Fase incial ainda. Fora o Heart2House do Rafael de Paula (House + Violino) que citei anteriormente, temos também uma idéia de fazer algo juntos, no âmbito de house e do tech house também. Mas tudo ainda não passa de suposição. Ainda falta acertar muita coisa até começarmos a fazer algo mais concreto.



9. Teve algum lugar que você tocou e não queria mais sair?
Teve uma private uma vez que a vibe foi incrível. Não foi lotado, mas a vibe foi incrível. Cerca de 200 ou 300 pessoas com mãos pra cima, assobios e gritos ao lado de uma cachoeira. Não tem como querer parar né?!



10. O que você tem a falar às pessoas que estão lendo agora? Fique a vontade.
Eu diria que hoje eu espero que as pessoas tomem gosto pelo diferente, pelo novo, e inédito. Que ouçam com mais atenção o que não conhecem de forma que a cena nacional só melhore cada vez mais. Pra cena
crescer, e o nível melhorar, o público tem que fazer acontecer. Se todo mundo se unir, a cena vai melhorar consideravelmente, e assim, teremos festas melhores pra ir, curtir e tocar.



11. Sites sugeridos:
http://www.voltsrecords.com/
http://www.beatport.com/
http://www.alexj.com.br/
http://www.deeploop.com.br/
http://deepcolors.blogspot.com



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